Confesso que eu, ultimamente, procurava ter ouvidos abertos às diversidades musicais que me apareciam. Apesar de não apreciar tudo o que ouvia, procurei entender a intenção de letras como "ela sai de saia e de bicicletinha" ou, ainda, "rala a xana no asfalto". No meu semestre passado (2010.2), exercendo a graduação de História na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, cursei uma disciplina intitulada de "História da cultura", e foi então que, mais ou menos, percebi que toda música apresenta uma intencionalidade escondida em sua produção. Fiquei mais tranquila em descobrir isso, ao ver que muita coisa fazia sentido. Até aí, tudo bem.
No último final de semana, em uma certa praia no litoral do estado de Pernambuco, deparei-me com a grave situação em que a qualidade das músicas que embalam o verão de 2011 encontram-se: versos como "Às 5 da manhã, você quer ligar pro boi, use quatro operadoras claro, vivo, tim ou oi", e o refrão "pode ligar a cobrar"; embora tenha ausentado-me da cidade de Natal/RN, a "música" do momento cruzou fronteiras ("vou não, posso não, quero não...") e, durante 1 hora - cronometrada - tocou três vezes nos famosos paredões - carros providos de um som potente capazes de reunirem grupos, de acordo com o gosto musical do motorista. A minha preocupação, além de corresponder às frases entoadas em sons de decibéis exagerados, consistiu no "efeito" que tais músicas surtiam no público: rebolados empolgados em homens, que trajavam praticamente apenas uma bermuda e um colar prata (este acessório era unânime!) e em mulheres - que, em sua maioria, caprichavam na maquiagem. A cena foi angustiante: canções de poucas (nenhuma) letras de tão grande aceitação.
É claro que não pretendo que os veraneios sejam realizados a partir de rodinhas onde os jovens se reúnam para escutar canções como as de Chico Buarque de Hollanda, ou se realizem a partir de "bate-cabeças" curtindo o álbum Rust in Peace, do Megadeth. Entendi que todo grupo tem a sua forma específica de expressão; mas, convenhamos: até os inesquecíveis versos de "pau que nasce torto, nunca se endireita. Menina que requebra, mãe, pega na cabeça" (Grupo É o Tchan) continham mais "poesias" e mais sentido, não?
(Por mim)
Isso é pq vc nem ouviu ainda a "Liga da Justiça", novo hit axé e promessa para o carnaval. Trágico, trágico....
ResponderExcluirAcho que ouvi sim nesse fds Helaine. kkkkkkkkkkkkkkkkkk Trágico (3)
ResponderExcluir"É claro que não pretendo que os veraneios sejam realizados a partir de rodinhas onde os jovens se reúnam para escutar canções como as de Chico Buarque de Hollanda"
ResponderExcluirPor que não?
kkkkkk
Brincadeira!
Muito bom Maiaraa!
Continuee com esse blog que tá mto mto bacana!
Beijao!
Ganhou um admirador!