sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mubarak: game over!

Dia 11 de Fevereiro de 2011: um dia histórico. Confesso ser a primeira vez que “presencio” algo do tipo em 22 anos de existência. É claro, que de 1988 para cá tem acontecido inúmeros fatos que certamente merecem a caracterização de “histórico”. Porém, é o primeiro fato que acompanhei tecendo impressões e opiniões a partir de minhas perspectivas como historiadora.
 Nas últimas semanas, o Mundo acompanhou uma “revolução” desembocada no Cairo (Egito) em prol da deposição do presidente Hosni Mubarak, desde 1981 no poder, e contra toda a situação atual no qual o país encontrava-se – taxas altíssimas de desemprego, situação de miséria extrema, meios de comunicação censurados e, de fato, uma postura ditatorial no governo egípcio. A revolução assistida no Egito, não foi um caso isolado. O mundo árabe “mergulhou” em manifestações do tipo, entre eles a Tunísia – que, bem antes, os manifestantes conseguiram depor o presidente, Ben Ali.  As tensões revolucionárias cada vez mais ganham simpatizantes, e até mártires!
Seja uma Revolução de caráter democrático, seja de caráter fundamentalista islâmico – o que muitos, ingenuamente, acreditam - o fato é que manifestações da população civil foram capazes, em ambos os países, de depor presidentes, e, conseqüentemente, estabelecerem uma Nova ordem política-social nos territórios do Mundo árabe. E tudo isso me soa tão como uma “teoria Thompsoniana”. Para E. P. Thompson, ao questionar conceitos ausentes em abordagens marxistas, o autor percebe como a forma como o individuo é capaz de ocupar um papel social. Logo, o papel social do indíviduo é nada menos constituído por meio da legitimidade da aspiração popular a determinados interesses. Em suma, a população civil não permanece passiva, não há uma apatia política. A população civil possui interesses, e tem consciência disso, e defesa de seus interesses civis consiste no catalisador que desencadeiam nas manifestações populares. Sim, de fato puro Thompson!
O que vimos no dia 11 de fevereiro, depois de 18 dias de manifestações, foi a História sendo escrita na História.
Ben Ali caiu. Mubarak caiu. As ondas de revolução no Mundo árabe continuam... quem será o próximo a cair?

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